O azul egípcio, um pigmento que impressionou faraós e rainhas na antiguidade, pode se tornar a próxima onda na tecnologia das telecomunicações.
Renovação
Foi o que descobriram Darrah Johnson-McDaniel e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
Azul que emite vermelho
Os pesquisadores afirmam ter ficado surpresos ao verificar que o silicato de cobre e cálcio que forma o azul egípcio se divide em nanofolhas tão finas que milhares delas caberiam na largura de um fio de cabelo humano.
Mas a maior surpresa foi que essas nanofolhas emitem radiação infravermelha (IR), semelhante à usada para comunicação entre os controles remotos e as TVs e outros dispositivos de telecomunicações.

"Desta forma, podemos repensar as aplicações de um antigo material através dos métodos tecnoquímicos modernos," concluem eles.
Azul egípcio
O azul egípcio é formado por partículas que são essencialmente um tipo de vidro - CaCuSi4O10 e SiO2 (sílica).
Os cientistas passaram a se interessar no estudo da propriedade de materiais muito finos principalmente depois da descoberta dografeno, uma folha unidimensional de carbono que apresenta propriedades radicalmente diferentes do material em bruto.
O próximo passo da pesquisa é criar os primeiros protótipos de dispositivos baseados no pigmento azul que promete revolucionar a emissão de luz infravermelha.
Bibliografia:
Nanoscience of an Ancient Pigment
Darrah Johnson-McDaniel, Christopher A. Barrett, Asma Sharafi, Tina T. Salguero
Journal of the American Chemical Society
Vol.: 135 (5), pp 1677-1679
DOI: 10.1021/ja310587c